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TRABALHAR NÃO TEM IDADE

(Projeto pessoal, 2015)

Ainda existe uma parte da população de trabalhadores que espera pela aposentadoria e pensa em viver bem longe do ambiente de trabalho. Mas a grande maioria tem consciência de que para manter o padrão de vida o salário de aposentado não é suficiente. “Por isso o pensamento é de que, quando chegar a aposentadoria, o trabalhador continuará no mercado de trabalho. Mesmo porque hoje em dia uma pessoa de 65 anos é jovem e pode ser produtiva.”, diz  a psicóloga Vitália Cerqueira.
Dependendo da empresa e do perfil que ela procura, o profissional de meia idade pode ter algumas vantagens em relação a um candidato mais novo devido à sua experiência de mercado. Para a consultora de recursos humanos Isabela Cavalheiro, uma pessoa da meia idade tem vantagem quando concorre por uma vaga em uma empresa de cultura mais conservadora, sem um plano de carreira, mas a maioria das empresas atualmente prefere um candidato mais jovem por conta do salário. “As empresas dispensam aquele colaborador que esteve por muitos anos naquela empresa e ganha um salário elevado, e contratam um jovem cheio de vigor e motivação para desenvolver a mesma atividade, ganhando um salário menor.”
Porém, independente da idade; estar atualizado e especializado é fundamental.  Atualmente as empresas investem em pessoas que têm potencial para dar resultados imediatos, mas que também possam continuar a contribuir por um longo tempo. Isso requer um equilíbrio, “ao mesmo tempo em que a pessoa tem que se mostrar disponível para a organização, ela também tem que se cuidar fora do campo de trabalho. Afinal, ninguém quer contratar alguém que corre risco iminente de colapsar um mês depois e isso não tem relação com a idade.”, explica a psicóloga Daniela de Oliveira.
Além disso, os benefícios oferecidos pelo empregador para um funcionário mais velho são mais custosos para a organização. Fora o seguro de vida e previdência privada, também seria melhor oferecer um plano médico de qualidade. “O ideal seria ter um bom plano de assistência médica. No entanto, para este público o valor é mais elevado, então a despesa para a empresa é maior”, conta Isabela.
Experiência e autoestima
Conforme a idade avança, a maior vantagem adquirida por uma pessoa é a experiência profissional, característica fundamental para uma companhia, pois causa um equilíbrio frente à disposição dos jovens. “As empresas têm mesclado juventude com experiência destes profissionais, tornando-os importantes nesta fase de transição”, acrescenta o sócio-diretor da Consultoria BR Talent, Gustavo Nascimento. Além disso, ao participar de uma seleção, ela não deve se diminuir perto de candidatos mais jovens, nessas horas, uma boa autoestima é a melhor arma, como reforça Isabela “Um profissional de 40 anos, que se sente bem consigo mesmo, que possui as competências que a organização e a vaga demandam, pode sim conseguir o seu espaço, o que conta mais é como ele irá se vender no momento”. Comentários como “nossa, eu sou o mais velho daqui, né?” e “os jovens não sabem de nada” são muito mal vistos pelos empregadores e não são pertinentes à situação, explica.
A experiência de um empregado mais vivido também deve estar aliada à atualização profissional. Com o tempo e o avanço acelerado das tecnologias, as práticas profissionais de uma área são aprimoradas e atualizadas, tornando as demandas profissionais diferentes daquelas de quando o funcionário começou a trabalhar. Por isso, é fundamental que o profissional se mantenha antenado com as mudanças e avanços do mercado, para suprir de maneira mais eficaz as demandas de uma companhia, “as empresas têm apreço por profissionais experientes e atuais”, conta Nascimento.

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